Aqueles que nos salvam!
Faria 100 anos, hoje, se fosse fisicamente vivo. Enquanto o foi, de muitos teve reconhecimento, sentiu-se ouvido e, creio mesmo que respeitado. Vá lá! Nesta terra que tanto amou - apesar de iberista!-, neste seu Reino Maravilhoso onde se perdeu e se procurou, não é pouca coisa, pois não é costume, em vida, alguém ser merecedor de reconhecimento. Até recebeu , em 1989, logo na sua 1ª edição, o maior prémio de Língua Portuguesa, o Prémio Camões, assim como também lhe foi atribuído o Prémio Vida Literária, da APE ( Associação Portuguesa de Escritores), entre outras, muitas, distinções nacionais e estrangeiras.
Sempre gostei da escrita dele: era ( ainda é!) telúrica e genuína. A poesia, então, brotava dele cristalina e fresca a matar-me a sede de infinito! Lembro-me até de lhe escrever uns versos simples e sentidos, que lhe enviei lá para onde foi!Acho que deve ter gostado, pelo menos da minha lembrança ou da minha admiração.
Adolfo Correia da Rocha era o seu nome verdadeiro, que ostentava, na baixa de Coimbra, uma placa de médico que era a sua profissão, porém, todos o conhecem por Miguel Torga. Miguel que pediu emprestado a Cervantes e a Unamuno e Torga que achou na planta da sua terra natal: quis misturar Espanha e Portugal! Foi, como já disse, iberista, como hoje é Saramago, como foi Sardinha e tantos outros! É recorrente a tradição iberista em Portugal, na voz dos intelectuais, que o povo diz "de Espanha nem bom vento, nem bom casamento"! A Torga, por tudo o que tão bem escreveu e disse sobre Portugal, já lhe perdoei o iberismo, aos outros nem tanto, ou é mentira que "este reino tanto nos custou a ganhar" como disse Fernão Lopes, para o entregarmos de bandeja seja a quem seja!
Mas adiante.
Era minha intenção, quando comecei a escrever, e ainda é, lembrar Miguel Torga como homem lutador por uma ética humana, pelos princípios democráticos, pela liberdade, como escritor de contos maravilhosos ( quem não se lembra dos Contos da Montanha?), mas, sobretudo como poeta. E por isso, do seu livro "Cântico do Homem", aqui fica o poema "Maceração":
Peço-te, Vida, que não leves tudo.
Dá-nos a caridade
Desta humana ilusão
De que não foi a nossa cobardia
Que nos perdeu.
Humilhados e tristes no caixão,
Será mais triste ainda apodrecer
Sob o peso de ver
Que nem sequer de nós temos perdão.
Sempre gostei da escrita dele: era ( ainda é!) telúrica e genuína. A poesia, então, brotava dele cristalina e fresca a matar-me a sede de infinito! Lembro-me até de lhe escrever uns versos simples e sentidos, que lhe enviei lá para onde foi!Acho que deve ter gostado, pelo menos da minha lembrança ou da minha admiração.
Adolfo Correia da Rocha era o seu nome verdadeiro, que ostentava, na baixa de Coimbra, uma placa de médico que era a sua profissão, porém, todos o conhecem por Miguel Torga. Miguel que pediu emprestado a Cervantes e a Unamuno e Torga que achou na planta da sua terra natal: quis misturar Espanha e Portugal! Foi, como já disse, iberista, como hoje é Saramago, como foi Sardinha e tantos outros! É recorrente a tradição iberista em Portugal, na voz dos intelectuais, que o povo diz "de Espanha nem bom vento, nem bom casamento"! A Torga, por tudo o que tão bem escreveu e disse sobre Portugal, já lhe perdoei o iberismo, aos outros nem tanto, ou é mentira que "este reino tanto nos custou a ganhar" como disse Fernão Lopes, para o entregarmos de bandeja seja a quem seja!
Mas adiante.
Era minha intenção, quando comecei a escrever, e ainda é, lembrar Miguel Torga como homem lutador por uma ética humana, pelos princípios democráticos, pela liberdade, como escritor de contos maravilhosos ( quem não se lembra dos Contos da Montanha?), mas, sobretudo como poeta. E por isso, do seu livro "Cântico do Homem", aqui fica o poema "Maceração":
Peço-te, Vida, que não leves tudo.
Dá-nos a caridade
Desta humana ilusão
De que não foi a nossa cobardia
Que nos perdeu.
Humilhados e tristes no caixão,
Será mais triste ainda apodrecer
Sob o peso de ver
Que nem sequer de nós temos perdão.
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